4 de novembro de 2024
Descarbonização na Indústria gera ganhos ambientais e viabiliza novos mercados
Fiea, Senai e Sindaçúcar discutem inovações com setor o sucroalcooleiro durante workshop
Ao investir na descarbonização, o setor sucroalcooleiro alagoano não somente contribui com o meio ambiente, como também pode gerar novos negócios, ao ampliar a gama de produtos e de mercados. Este assunto, de importância mundial, está sendo discutido nesta segunda-feira, 4, na Casa da Indústria Napoleão Barbosa, durante o “1º Workshop Sucroalcooleiro de Alagoas para Descarbonização da Mobilidade”.
A ação é uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar), com apoio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
O workshop foi aberto pelo presidente da Fiea, José Carlos Lyra de Andrade. Ele explicou que o objetivo da ação é mapear projetos e oportunidades visando à descarbonização, com foco na mobilidade urbana, envolvendo um dos principais segmentos da economia alagoana.
“A palavra de ordem na Indústria é ESG (Meio Ambiente, Social e Governança Corporativa), descarbonização, racionalização do uso de energia e economia circular. Então, nós trouxemos uma equipe do Senai Cimatec para fornecer subsídios ao setor de forma que Alagoas se torne um exemplo entre os estados açucareiros do Brasil”, afirmou o industrial.
O Senai Cimatec (Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia) é considerado o mais avançado instituto de tecnologia e inovação do Brasil, localizado no coração do Polo Industrial de Camaçari, na Bahia.
Com o conhecimento trazido para o estado, por meio do workshop, o setor sucroalcooleiro alagoano tem grande potencial para avançar na descarbonização, destacou o presidente do Sindaçúcar, Pedro Robério. “Nós produzimos etanol, temos potencial para produzir biogás, temos potencial para produzir hidrogênio, então, precisava que houvesse esse workshop para a gente uniformizar ações e potencialidades”, disse.
O empresário reassalta que a descarbonização é benéfica em vários sentidos. “Quando você apresenta novos mercados para quem está produzindo, é tudo que o empresário quer ouvir. Além do que ele já faz, surgem novos mercados, mercados com valor agregado muito mais excelente. Então, é bom para o setor, é bom para o equilíbrio de descarbonização que o setor pode oferecer e bom para Alagoas, porque vai ter novos negócios a partir do setor sucroenergético”, explicou.
Nos horários da manhã da tarde desta segunda-feira, 4, uma equipe do Senai Cimatec apresenta para representantes de usinas alagoanas os caminhos efetivos que a Indústria deve seguir para contribuir com a descarbonização da mobilidade urbana.
O gerente de Novos Negócios da unidade, Silmar Baptista, explica que existem várias linhas de fomento para descarbonização que atendem a projetos de pequeno, médio e grande portes. Na palestra, ele mostrou as novas tecnologias do setor e algumas oportunidades de projetos que podem ser viabilizados por meio da busca de fomento. “O que a gente precisa agora são ideias boas, projetos bons, obviamente, que tragam resultado para a empresa, para o estado e para o país”, disse ele, ao revelar que a parceria das entidades do setor produtivo traz inovação para Alagoas.
A atuação junto ao setor sucroalcooleiro é um horizonte para que outros setores possam também se envolver nessa temática, garantiu Gerhard Ett, pesquisador do Senai Cimatec. O etanol, analisa, é uma importante contribuição do setor sucroalcooleiro para o meio ambiente, porém, isso pode ser ampliado.
“O Senai tem várias soluções que pode oferecer para a indústria descarbonizar, desde a formação, novas tecnologias, aumento da eficiência de plantas industriais. A própria usina tem muita aplicação que eu posso melhorar. Eu posso aproveitar até o CO2 que é emitido na gaseificação, da fermentação, para transformar em combustível e aviação, o SAF. Atualmente, tem duas empresas em São Paulo que foram habilitadas para produção de querosene e aviação já habilitadas internacionalmente. Aqui, nós temos capacidade de melhorar ainda mais essa qualificação e produzir querosene de aviação aqui no Nordeste”, frisou.
O workshop teve ainda a participação de representantes do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e da Maceió Investe. Yuri Pontes, presidente da Maceió Investe, diz que a temática é relevante e vanguardista. Ele assegurou apoio aos projetos que venham a surgir no caminho da descarbonização. “Isso tem uma convergência 100% com a Maceió Investe, porque é um dos nossos pilares de atuação, é tentar fazer geração econômica através da economia verde, da economia azul, ou seja, uma economia limpa, mostrando que tem como se gerar riqueza a partir de uma ação sustentável”, concluiu.
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